alunos(a) ''ESCOLA ESTADUAL CORAÇAO EUCARISTICO "

Em 6 de julho de 2007

C + I + D + A + D + A + N + I + A - juntando essas letras você vai descobrir uma palavra importante, quer dizer indispensável, para a vida em sociedade. Certamente você já ouviu falar dela. Talvez seus pais tenham dito na época de eleição que votar é exercer a cidadania ou que pagar os impostos é dever de todos os cidadãos. Mas cidadania não é só isso, senão, as crianças não seriam cidadãs porque ainda não votam nem pagam impostos.

Além dessa cidadania de gravata (também chamada de cidadania cívica), que tem tudo a ver com o cumprimento e respeito às leis do País, existe uma cidadania que acompanha as pessoas diariamente, em toda ação. Estamos falando de comportamentos do dia-a-dia que dizem muito sobre a ética e a educação das pessoas e que, mesmo sendo muito simples, podem ser atos de pura cidadania.

Então, plenamigo, para começo de conversa, você é um cidadão, sim, e muito importante para a construção de um Brasil e de um mundo melhor. Ainda não acredita? Então, confira essas histórias.

Educação e livros para todos

Menina abraçando uma pilha de livros Não precisa quebrar muito a cabeça imaginando como você pode colaborar com a construção da cidadania. Sabe o seu livro didático? Pois é, ele pode ser um grande aliado pelo bem comum. A menina Amanda da Silva Vida, de 13 anos, sabe bem disso. Estudante do Colégio Estadual do Cabula, lá em Salvador, na Bahia, Amandinha, como é chamada, é uma das alunas mais ligadas ao projeto de conservação dos livros didáticos que a escola desenvolve.

“É dever de todo mundo conservar o livro didático e é um direito receber o livro bem conservado”, diz Amandinha. O assunto é levado tão à sério pelo pessoal do Polivalente da Cabula que criaram por lá os dez mandamentos do livro didático. “Para mim o mais importante é o que diz que é preciso conservar o livro limpo, bem arejado e sem rasuras para que o próximo aluno, no ano seguinte, consiga estudar nesse mesmo livro”. Nota 10 em cidadania, Amandinha!

Além de conversar com os colegas de escola, com seu irmão e com os amigos da vizinhança sobre a importância de cuidar e conservar os livros, Amanda costuma se apresentar no grupo de teatro. Ela vive a Dona Benta do Sítio do Picapau Amarelo e conta com muita graça para todo mundo quais são os dez mandamentos do livro didático. “Antes do projeto da escola eu já me preocupava com o livro. Nós brasileiros precisamos de uma boa leitura”.

Ficou curioso para conhecer os dez mandamentos do livro didático? Aí estão eles:

1. Amar-me acima dos outros materiais escolares.
2. Não me suje nem me rabisque.
3. Guarde-me sempre em lugar seguro.
4. Não faça orelhas em minhas folhas.
5. Não faça das minhas páginas barquinhos de papel.
6. Não me deixe abandonado: aprenda comigo, todos os dias, boas lições!
7. Não deixe que eu me perca, tirando de outros a oportunidade de crescer com os meus ensinamentos!
8. Mantenha-me sempre forrado para proteger-me melhor.
9. Lembre-se sempre de que o livro é a maior fonte de cultura para a humanidade!
10. Nunca se esqueça de que eu sou o seu mais fiel amigo!

Para você ter uma idéia de como ações simples geram grandes resultados, o Colégio Estadual do Cabula se tornou um exemplo na conservação dos livros didáticos. Lá, o mesmo livro passa sempre por três alunos, em três anos diferentes! E assim, quem poderia ficar sem uma leitura preciosa, agora tem garantindo o melhor companheiro de todas as horas.

Não deixe de ouvir a música que o pessoal do Colégio Estadual do Cabula fez para incentivar a devolução e os cuidados com o livro didático.

Nosso planeta água

Menino contando o tempo do banho de alguém E quem disse que criança não está preocupada com os grandes problemas do planeta? E quem disse que elas não podem fazer algo para ajudar a resolver as graves questões que tiram o sono de adultos, jovens e velhos? Desde que pesquisadores de todo mundo anunciaram, no fim de janeiro, que se a situação do meio ambiente da Terra é grave e que o aquecimento global é um perigo, a garotada parou pra pensar. Aliás não só para pensar.

Caio Daher tem nove anos e contou em entrevista para um programa de TV que ficou muito triste quando descobriu a realidade de um lugar chamado Ilha de Deus. Lá nesse lugar, no Recife, capital do estado de Pernambuco, á água é pouca e água limpa praticamente não existe.

A tristeza de Caio ao saber da situação lá de Ilha de Deus virou solidariedade, que se transformou em construção de cidadania.“ Eu anoto quantos minutos meu pai toma banho. Ou minha mãe ou meu irmão. E anoto o meu tempo também”, disse o menino com uma tabelinha feita à lápis na mão para provar que tudo que ele contava era verdade. E a ação tem um motivo: “Tenho medo que acabe a água”, diz Caio.

Preocupação com o próximo

A cidadania anda de mãos dadas com um valor chamado solidariedade. “É preciso que a sociedade tenha valores como solidariedade e respeito para que haja qualquer tipo de cidadania”, explica a professora de Direito Civil Suzana Viegas, da Universidade de Brasília (UnB). Respeito você sabe o que é, mas e solidariedade? Você compreende o que essa palavra significa? Vamos aos exemplos, para que com eles a gente entenda melhor:

Menina cuidando de bebês Nathália Biombo Batóre, 12 anos, começou a trabalhar com a ONG Sonhar Acordado quando tinha apenas 9. Desde então, junto com sua mãe e seus tios, ela visita crianças em creches do Distrito Federal. “Sinto muita alegria quando faço as visitas. É muito bom fazer o bem e no final, a gente recebe muito mais do que dá”, conta. No começo, quando era menor, Nathália ajudava o pessoal mais velho da ONG a preparar as atividades que animam as crianças. Hoje, ela é a própria animadora. “Brinco de pular corda, jogar bola e conto historinhas”, diz.

E o compromisso de Nathália é sério, viu? Todo mês ela visita a creche João de Barro, no Gama, pertinho de Brasília. Nesse lugar há bebês e meninos maiores, com até 16 anos. Para chegar na visita e fazer bonito, é preciso se preparar durante as reuniões dos membros do Sonhar Acordado. A visita geralmente dura uma tarde inteira. “No final é muito bom ver as crianças gritando 'sonhar acordado, sonhar acordado'”, conta. Por isso, Nathália diz que nunca vai parar com o trabalho do Sonhar Acordado. E você? Se interessou? Ficou a fim de participar? Visite o site (www.sonharbrasilia.com.br) da ONG e descubra como se tornar um membro.

Participando de uma ONG como o Sonhar Acordado, cuidando da água do planeta, conservando os livros ou tomando qualquer atitude pelo bem de outras pessoas você vai descobrir que o que é solidariedade.